Na Itália STF é sigla para siamo tutti fottuti, tamo tudo fudido, na língua de origem dos Dallagnol e dos Distefano.
O desaforo do desaforo
O atual juiz da Lava Jato manda para o STF os processos contra Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. E se os réus levantarem a suspeição dos ministros, o processo será desaforado para Haia? Porque no STF a maioria tem horror à dupla e em Haia os dois ainda não desaforaram ninguém.
Sura
Cara, descobri na rede uma velhinha azeda, inteligente e contra o Bolsonaro, de nome Sura Berditchevsky.
Velhinha azeda, o catzo! É a Sura, atriz que surgiu nos anos 1970 e tá por aí, na ativa. Velhinha? É mais nova que eu. Azeda? Você não conhece judias como ela. Quanto mais velhas, melhores, azedas por fora, doces por dentro, espertas como político nordestino.
Mangalô treis veis
Com o anunciado retorno de Jair Bolsonaro tivemos que reativar a corrente de orações aqui de casa, todo mundo municiado de ansiolíticos, pizza e refrigerantes pela lembrança dos quatro anos de terror e rompantes diários do Idi Amin que baba. Estamos no estágio de promessas e oferendas para que sua chegada respingue em Sérgio Moro e tire a pressão sobre Lula. Tesconjuro, pé de pato, mangalô treis veis.
O mesmo problema
Ricardo Tacla Durán, o delator da Lava Jato que agora delata Sérgio Moro está sob proteção policial. O delator do PCC que revelou o plano de matar Sérgio Moro também está sob proteção policial. O mesmo problema com duas incógnitas.
Mafiosos honrados
Bolsonaro será presidente de honra do PL, remunerado como ministro do STF. Se e quando voltar ao Brasil, o que se torna a cada dia mais provável pelo desarranjo do governo Lula e pelos deslizes do presidente, como entrar em polêmica com Sérgio Moro. Os franceses têm o ditado a tout seigneur tout honneur. Quer dizer, cada qual deve ser tratado com o respeito adequado; o tout seigneur o senhor de verdade, digno. Quem manda no PL é Valdemar da Costa Neto, não exatamente “um varão de Plutarco”, como Jânio Quadros dizia de Paulo Maluf, a quem negava equiparar aos heróis do filósofo grego.
Valdemar foi cassado e preso, condenado em processo de corrupção. Nunca deixou a política, que exerceu de dentro da prisão. Sem mandato, passou a ser dono de partidos e manobrista político. Com visão do mercado político, comprou o passe, então vago, de Jair Bolsonaro no final do mandato deste e, com os 40% de fanáticos do ex-presidente, conseguiu uma grande bancada legislativa e centenas de prefeitos. Com a fuga de Bolsonaro para os EUA, trouxe Micheque para seu partido e a entronizou como como presidente do PL Mulher, na expectativa de fazê-la uma Isabelita Perón.
Inseguro como homem, Bolsonaro tem ciúmes da mulher e teme a erosão de seu capital político e dos filhos. Daí a obsessão de voltar ao Brasil, reforçada pela perda da poupança saudita. A escolha de Bolsonaro e da mulher como presidentes do PL é esperteza de Valdemar no jogo de desconfianças com Bolsonaro, que dura enquanto durar a estabilidade emocional de Carluxo, dono dos humores do pai. Valdemar, Mito e Micheque, de per si e em conjunto, têm a honra que merecem, A honra do chefe do PL e do casal é como a dos mafiosos italianos, os “onorati mafiosi”, mafiosos honrados.
Bigode na Mona Lisa
“Respeite a minha formatação”. No tempo da máquina de escrever, que usou por cinquenta anos, o advogado Luís Gastão Bório antecipava a linguagem do computador. Vaidoso na roupa e no texto, não queria que na transcrição seus pareceres fossem desalinhados. Um esteta, via o texto como mulher bonita, forma e essência a serem preservadas, não aceitava bigodes na Mona Lisa. Aprendemos com ele, eu e minha formatação.
Francisco Michelin
O boneco da Michelin, inspiração da foto do papa em parca. Parca é o agasalho que no Paraná chamamos japona, homenagem a nossos japoneses.
Fuck news
Diz que Bolsonaro volta dia 30. O que antes foi fake, agora é fuck news.
Ruim pra Lula, guia da excursão do casal MitCheque.
Pior pra Moro, que perde o palco do coitadismo de ocasião.
Óbvio lulante
Dois Sérgios, dois malandros, o artista e o jurista. Um faz graça, o outro traz desgraça.
Tá ferrado
As lideranças da comunidade judaica de São Paulo convocam para manifestação contra o governo protofascista do primeiro ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, o Bibi. O evento será no bairro do Itaim-Bibi. Na língua religiosa da Cabala, Itaim significa “tá ferrado”.
Cacófano
Deu no jornal que Nelson Piquet terá que pagar dano moral por comentário racista contra Lewis Hamilton. Na velha gramática a gente aprendia que às vezes o cacófato vale a frase inteira.
Oblíquos e dissimulados
A cortesia e o bom tom hipócritas a camuflar o preconceito de classe. Repele-se Lula por um desabafo natural, aceitável, humano e inofensivo. E se acolhe Bolsonaro pelos absurdos, ofensas, idiotices, crimes e patifarias. O brasileiro tem olhos e coração oblíquos, falsos e dissimulados, como os de Capitu, a heroína mau caráter de Machado.
Bibo, biba
O deputado Bibo Nunes (PL/RS) intervém na discussão do projeto de lei que permite às delegacias de polícia determinarem medidas cautelares a favor de mulheres agredidas. Bibo valoriza o projeto, mas pede consistência: que a proteção seja concedida diante de “agressões sérias”, porque para ele tem muito “tapas e beijos”, de a mulher denunciar o marido e depois voltar pra ele.
Pode ter, mas nem por isso a proteção deve ser negada, pois a realidade mostra que muito dos beijos depois dos tapas advêm da dependência econômica e da fragilidade social da mulher; a realidade também mostra que não são poucos os casos em que o agressor retorna com a mais séria das agressões, o homicídio. Esse Bibo parece biba, não deve gostar de mulher.
Muito glamu pra pouco tiru
Segundo a PF este Mercedes seria disfarçado para o sequestro de Sérgio Moro. Melhor esclarecendo: o Fluminense a fazer o Flamengo e levar Tókio; no patoá do PCC, a operação de sequestro de Sérgio Moro. O sequestro deu com os marrecos n’água, perdão, com os burros n’água. Também, com a campanha que o Flamengo vem fazendo não tinha que dar certo… O urubu pousou na sorte do tricolor e safou o marreco japonês. Cá entre nós, o PCC de Mercedes, nem pra levar Marcelo Odebrecht para a cadeia de Sérgio Moro. Com todo respeito, é muito glamur para pouco tiru, que é marreco em japonês, Isso de Tókio é coisa do Japonês da Federal.