Gin tônica

Uma herdeira da Seagram, a maior produtora mundial de gin, está presa por envolvimento com seita de escravas sexuais. Então o que me fazia mal não era a água tônica.

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Idoso, idosíssimo

Cabeças brancas, os dois disputam a cadeira preferencial. “Sou idoso”, diz um; “sou mais idoso”, rebate o outro. Fácil resolver, conferir as carteiras de identidade. Na parte do Brasil bem provida de proteína tem esse lance de pouco idoso e muito idoso. Um vai dos 60 aos 85 e outro daqui pra frente.

Pior é a Justiça. As causas dos idosos não andam, represadas na inflação de velhos e na inércia orgânica do foro. Os carimbos vermelhos ‘idoso’ e ‘idosíssimo’, pouco idoso e muito idoso, não turbinam a prestação jurisdicional. A Justiça ainda vive a nostalgia dos inventários, dos idosos bem enterrados.

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Difícil, impossível, inútil

Perguntaram a Benito Mussolini se era difícil governar a Itália. “Não é difícil”, respondeu o ditador fascista, “é impossível”. O que diria do Brasil? Que é inútil governar o Brasil.

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Coração aberto

“Ninguém precisa ter vergonha do que fez e de quem foi”

Eduardo Paes, ex-prefeito do Rio, na convenção do DEM que oficializou sua candidatura ao governo fluminense. O  contrário do “não sou pulha” do senador Álvaro Dias.

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Ser, dizer, fazer

O senador Álvaro Dias, candidato do Podemos à presidência da República, declara que “não é pulha” ao repelir a vice na chapa de Geraldo Alckmin.

“Não sou pulha” é um programa de governo, o melhor em toda a história do Brasil. Curto e direto, diz tudo que os brasileiros esperam de um presidente.

Tem dois problemas. Dizer é uma coisa, fazer é que são elas. O outro, a sinceridade.

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Como Betty Faria

Marquezine descarta fim de carreira por exposição na ...(Foto Divulgação Globo)

Bruna Marquezine fez plástica de nariz. Agora a gente olha e pára no nariz, esquece os atributos da mulher, como as mãos, dedos longos, molduras dos anéis; os pés, só magia, ela calça 38, três menos que Audrey Hepburn; seios naturais, pequenos e delicados, ainda sem intervenção; e o bumbum, estandarte que à luz do sol encerra as promessas da esperança.

O nariz está daqueles com a assinatura do cirurgião, como nas fotos de grupos de debutantes, todas de narizes iguais. Perdeu a minúscula batatinha da ponta; o nariz  lembra o de Rafaella, a irmã do namorado. Cirurgia, silicone e cabelo louro é coisa de mulher de boleiro, exceções as mulheres de Kaká.

Bruna, não siga a rota de Glória Menezes, estrela global da outra encarnação, tão esticada no bisturi quanto encolhida na tela. Faça como Betty Faria – e continua fazendo, bela em cada sulco de ruga. Ou como Tônia Carrero, que chegou aos 100 bela e clássica como a Vênus de Milo. Ufa, chegamos aqui sem escrever o nome do namorado.

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Estainhegue com cerveja

Lula sugere “o golpe dentro do golpe” para tirá-lo das eleições. Ele que reclame com seu Zé Dirceu, o cara que sugeriu outro candidato pelo PT. Golpe dentro do golpe, Lula sabe melhor que ninguém, é estainhegue com cerveja.

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Concorrência leal

O PCC Primeiro Comando da Capital, a maior organização criminosa do Brasil, executa plano de recrutar um bandido por hora. A ação já mostra efeitos na brutal redução de filiados nos partidos políticos.

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Rilda Rilst

Nem Fernanda Montenegro escapou do cacoete de colonizado. Na FLIP Festa Literária Internacional de Paraty os luminares tropeçavam na pronúncia do nome da homenageada, a brasileira Hilda Hilst.

Ora falavam de Rilda Ilst, ora de Ilda Rilst. Não captaram que nesta flor do Lácio o agá fede, mas só cheira no meio da palavra. No começo, apenas no ‘hum’ do cheque. No fim, nem no Mariah dos arrivistas.

É Ilda Ilst, porrah .Colonização cultural, de gente que vê inglês em cabeça de cavalo. Tipo a advogadinha que leu “sáine dai” no processo. Era sine die (sem data definida), latim de dois mil anos, mais velho que o inglês.

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Currículo

A cada cem metros um a um pedem moedinha, “sou morador de rua”, em todos a mesma toada. O último deflaciona, só quer “um centavo”, como se alguém carregasse um centavo. De novo só o “morador de rua”, agora currículo de vida.

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Regra clara

O MBL Movimento Brasil Livre pede ao STF regra clara para a exclusão de páginas pelo Facebook, como aconteceu com as do grupo. Simples: basta banir o MBL.

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Anti

José Dirceu sugere Jacques Wagner para candidato do PT à presidência da República. Antilulismo e antissemitismo. Ia esquecendo: antigleisismo.

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Padilha, pandilha

“Recebi o deputado [José Saraiva] Felipe, (…) reclamando do que está acontecendo no Ministério dos Transportes, o que aliás me preocupou; vou falar com Padilha. Teria havido um fechamento [via aprovação de emendas] de projetos em favor de poucos parlamentares, isso tem implicações desagradáveis, porque pode haver conotação de financiamento de campanha. Vou falar com Padilha sobre o assunto, isso não pode ser assim.”

Fernando Henrique Cardoso, quinta-feira, 19 de fevereiro de 1998, em ‘Diários da Presidência 1997-1998, volume 2’, pág. 495, Companhia das Letras, SP, 2016.

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