O presidente Michel Temer passa a ter o auxiliar que fará sua interlocução com as Forças Armadas. Só agora, depois que a porta foi arrombada pelas declarações de oficiais generais da ativa e da reserva contra o descalabro geral das instituições. Quando militar fala em ‘instituições’, ele quer dizer ‘poderes’. A carapuça serve no presidente, nos ministros, nos deputados e senadores, no judiciário e equivalentes na escala federativa. É onde mora o descalabro das instituições. Pela ótica militar, nem o crime do Rio fere as instituições.
Para os militares, as Forças Armadas, mais que instituições, são a nação em si mesma. É assim desde a Guerra do Paraguai, quando, vitoriosos apesar de menosprezados pelo imperador, os militares se assumiram como a base de sustentação do estado brasileiro, virtude reforçada na proclamação da República. Não por acaso as leis brasileiras reservam aos militares, e só a eles, o vocábulo ‘pátria’ para situar seu papel na nação. Por isso os militares estão falando para si mesmos, autisticamente, em linguagem gongórica, como se argumenta nas … instituições.