A chinesa assoviadora

O UOL de hoje traz a lista das modalidades atuais da transa. Não li, não vou ler. Como dizia a saudosa amiga Eliana Vidal, “já passei da idade e do peso”. O que me interessa descobrir e ainda hoje permaneço no escuro são as modalidades debatidas entre as duas mulheres à beira do leito de Joca, o personagem em coma no conto ‘A Legítima e a Outra’, de Luis Fernando Veríssimo.

No encontro previsível e delicado as duas debatem qualidades e defeitos, a Legítima a mostrar prerrogativas de legítima, a Outra a enaltecer habilidades de outra. A Outra apela e indaga da Legítima se esta conhecia o cardápio preferido de Joca, se alguma vez proporcionara ao gostosão comatoso o Alicate, a Borboleta, a Chinesa Assoviadora, o Baile dos Cossacos e o Salgueiro Despencado.

Esbaldei-me em pesquisas e continuo do mesmo tamanho. Veríssimo deixa as coisas no ar, imperativo do grande cronista. O que seja o Alicate parece óbvio. Da Chinesa Assoviadora e do Baile dos Cossacos temos que dar asas à imaginação. Naquele Salgueiro Despencado não quero nem pensar, me constrange. Já a tal Borboleta deve ser a Chinesa que quando não assovia, bate as asas.

 

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