Jair Bolsonaro foi apanhado pela imprensa: recebia auxílio-moradia de deputado tendo casa própria. Deve ser o único deputado que faz isso, pois é assim que um leitor atento acaba concluindo, direcionado pela notícia. Como são poucos os leitores atentos, pior para Jair Bolsonaro.
‘Mais pior’ para Jair Bolsonaro (‘mais pior’; no Brasil os superlativos absolutos têm superlativos absolutos. Exemplo: temos a lei do idoso e a lei do mais idoso, uma para maiores de 65, outra para maiores de 85 anos. Caso de um mais idoso disputar o banco do ônibus com o menos idoso).
Mais pior? É que Bolsonaro, ex-capitão da Artilharia, atira sem mirar: defendeu-se dizendo que recebia o auxílio-moradia porque, recém separado, sua casa ficará com a ex-mulher e ele usava a moradia para fazer sexo, mocó para levar mulher.
Problema seria (1) se os outros deputados não transassem nas moradias pagas com o auxílio; (2) se, na moradia, Bolsonaro fosse apanhado na cama em companhia de mulher morta ou de homem vivo – isto é quebra de decoro no imaginário político de Brasília.