OS CARROS deste canto caquético do planeta irão rodar com as placas do Mercosul: três letras, para nós brazucas será BRA. Se fosse BAH seria o nosso mais nítido retrato. Se a gente queria imitar a União Europeia, que escrevêssemos UÉ de uma vez. Montes de dinheiro irão circular no Mercosul das placas.
Nem dá para criticar Michel Temer, dizer que a placa é a tomada de três furos que inventou para disputar o troféu da sacanagem com Dilma. Mas ela é decisiva no ajuste dos detrans para multar os argentinos que azaram o trânsito no Sergipe e facilitar a vida dos alagoanos que congestionam as estradas do Uruguai.
O Mercosul, nossa experiência de integração econômica, não funciona, dificilmente funcionará. Nunca chegou a uma União Europeia. Muita diferença, muita rivalidade, imensa disparidade entre os membros, atolados no subdesenvolvimento e na rivalidade entre Brasil e Argentina, que brigam de foice por assentos em organismos internacionais.
A União Europeia sobreviveu graças ao peso e à identidade de propósitos entre Alemanha e França. Os países do bloco despejaram bilhões de euros para atenuar assimetrias e criar condições mínimas de integração, vide Portugal e Grécia. O Mercosul não tem dinheiro para isso, nem honestidade para isso. Não terá um Brexit. Porque nasceu Broxit.