Chego e pego

O BANDA B de ontem conta do peruano que “havia chego” em Curitiba há três dias e já furtara “38 pares de calcinhas” em shopping da cidade. Pior que o furto seria o inevitável “havia chego” do qual o redator poupou o leitor fascinado com a proeza do tarado dos Andes. Que língua estranha! Depois de inspirar o barbarismo, o peruano tem de ser liberado, com as calcinhas na bolsa e tapinhas nas costas. E que dizer dos “38 pares de calcinhas?”

Admita-se que calcinha é diminutivo de calça e daí as duas pernas, se é que nesses tempos sacrílegos e permissivos pode-se conceder às chamativas calcinhas de shopping o atributo das pernas. O redator, atento às pernas e indiferente às pétalas do Lácio, não se capacitou de que nas calças tira-se uma perna de cada vez, a menos que seja na fissura de fazê-lo com ajuda externa; e calcinha, esse singular ideológico, sai de uma vez, com ou sem ajuda, como a mulher que a despe de golpe para enganchar a peça na maçaneta da porta.

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