Dino, o ladino

UMA FÃ DE TAYLOR SWIFT morreu antes de iniciar o concerto da cantora. O corpo não tinha ainda esfriado na morgue e o ministro Flávio Dino apressava-se em autuar os promotores do evento e ordenar que fornecessem água ao público que, aos 50 graus Celsius – anunciados com larga antecedência pela meteorologia -, enfrentava, aglomerado, agitado, aos gritos histéricos o frenesi do espetáculo, que aguardava na fila por mês a fio. O governo Lula tem essa coisa da incontinência seletiva, tanto no discurso quanto nas escassas ações. O presidente e seus ministros atiram sem mira e critério como sentinelas malucas ao menor sinal de algo que lhes garanta promoção e presença na mídia – seja o conflito na Palestina, as reuniões da ONU, a inocência da Rússia na agressão da Ucrânia, seja sobretudo a inocência imaculada do regime Chávez/Maduro. Se Bolsonaro não era coveiro, Lula se credencia como eficaz agente funerário.

O ministro da Justiça faz olhos siameses e ouvidos moucos ao drama de Ana Hickmann, agredida pelo marido, que tem obtido mais atenção midiática que a vinda de Taylor Swift (que ainda não veio a Brasília presentear guitarra para Janja, em evento divulgadíssimo pela primeira influencer do Brasil, deslumbrada, metediça e faladeira em assuntos nos quais se credencia apenas por dormir com Lula desde os tempos das “Masmorras de Curitiba”, copirraite Rafael Greca). O governo Lula em geral e o ministro Flávio Dino em particular não estão nem aí para Ana Hickmann e o maridão-machão Alexandre Correa: afinal, os dois eram terrivelmente bolsonaristas, a ponto de obterem empréstimos do Banco do Brasil, vultosos, facilitados, a perder de vista. O casal Hickmann/Correa perdeu o tempo e a esperança, pois não fez mea culpa como Regina Duarte, nem convidou Lula para entrevista durante a campanha.

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