Faltou um Moraes

A esquerda brasileira festeja a reeleição de Nicolás Maduro. Aliás, fica estranho falar em reeleição quanto as anteriores todas foram fraudadas. Não é a eleição de Maduro que agita nossos esquerdistas. É sim a suposta derrota dos EUA, que para eles é essencial desde que Hugo Chávez assumiu o poder. Se naquela época já existia essa deformação de combater os EUA para defender Cuba pelo bloqueio econômico americano, hoje isso não mais se sustenta, pois Cuba não passa de velharia da Guerra Fria no depósito gringo. A esquerda vive no jargão e na visão dos anos 1950, do polvo americano, ainda perigoso, é claro, pelo rescaldo da Guerra Fria reaberta pela associação de satélites da Rússia com a OTAN. Mas não para a Venezuela e quejandos.

Venezuela, Brasil, todas as republiquetas em volta não fedem nem cheiram, nem como cordão sanitário da Doutrina de Monroe. Como o MST, que celebra a continuação da ditadura de Maduro – que desalojou milhões de Venezuelanos, boa parte deles valorosos trabalhadores no Brasil. Lula emitiu um sinal fraco, como sempre vago, titubeante no aguardo de explicação a ser ensaiada com o ex-chanceler Celso Amorim, enviado pela segunda vez à Venezuela para mais um carão de Nicolás Maduro. O ridículo e a cegueira da esquerda, diga-se em favor da inteligência, não perdem para o contraponto do bolsonarismo, que celebra a derrota de Lula – que vive naquele princípio que Chico Buarque elogiava em Dilma, de falar grosso com os EUA e fino com a Bolívia.

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