O STF precisa ter mais ministras (no tempo de Dilma seria “ministras mulheres”). Não porque as mulheres são sempre melhores. Perdão, nem sempre, pois elas produzem homens péssimos. O STF deveria ser meio a meio nos gêneros. Só não é possível porque a composição é ímpar, para dar voto de desempate. Curioso que o voto de desempate, que é feito para encerrar a discussão, não encerra a discussão. Quando o voto de desempate é feminino, aí vem a justificativa final para aumentar o número de ministras.
Vejam o caso do habeas corpus de Lula. A presidente Cármen Lúcia foi pressionada e criticada pelos colegas – colegas homens – de infantil a autoritária, todo poderosa. A ministra Rosa Weber, a outra mulher entre os nove homens restantes, pressionada para mudar seu entendimento sobre a prisão em segunda instância. Pior que isso, interrompida e cobrada durante seu voto pelos colegas Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello. Grosseria e ofensa para com a colega, que vale tanto qualquer um deles. Senão mais.
Este último tem antecedente de desrespeito com colega, como fez com Ellen Gracie em plena sessão em que ela saía para tomar avião ao Rio. Em tom sarcástico insinuou que a pressa da ministra era para ir namorar no Rio – nessa época Ellen Gracie namorava o jornalista Roberto D’Ávila. O mesmo Marco Aurélio não fez crítica quando Gilmar Mendes saiu da sessão do habeas de Lula para tomar o avião para Lisboa. Acontece que Gilmar não leva desaforo para o avião. Apenas dois ministros não levaram trompaços de Gilmar. Até agora.
Esse mesmo Marco Aurélio viu com a maior naturalidade, até que se queixou de patrulhamento, quando criticado por deixar a sessão do habeas corpus de Lula para tomar o avião e comparecer em evento no Rio. Evento acadêmico não é tem a mesma relevância do evento namoro? Considerando o que representa ser juiz do STF, deixar a sessão tanto para um quanto para outro vale a mesma crítica. Mas naquele STF machista, a testosterona só se agita quando é para pressionar as “ministras mulheres”. Será que é isso também, crise da testosterona?