Não vou acusar Michel Temer, bastam as culpas que tem no cartório. Sempre o acuso de redundante, a menor de suas culpas. Perda de tempo, ele é advogado e professor de Direito, áreas correlatas em duas ciências, a propriamente dita e a da redundância, ciência ancilar do Direito. A prova está na nota de ontem, divulgada depois que o presidente passou seu dia da Paixão no Planalto com o advogado, Antonio Cláudio Mariz de Oliveira – com direito àquela foto de sempre, no janelão do palácio.
Portanto, a redundância da nota (ler abaixo), sobre a investigação requerida pelo Ministério Público sobre possível envolvimento do presidente em negócios suspeitos, tem as digitais de Temer e de Mariz. Diria que foi escrita a quatro mãos, as do advogado e as de de Michel Temer. A nota é a redundância matrioska. Lembra a boneca russa que ao ser desmontada traz outra boneca, igual e menor, que ao ser desmontada, traz outra boneca, etc, até onde couber a habilidade do artesão.
Laurinha, minha neta, tem a matrioska com onze matrioskinhas na barriga. A matrioska do Planalto carrega duas matrioskinhas. Com a diferença fundamental: a matrioska de Michel Temer/Mariz de Oliveira funciona ao contrário – a menor gera a maior. Um fenômeno, a pequena carrega a grande, tipo o rato parir a montanha, não o usual. Confiram:
“tentam mais uma vez destruir a reputação do presidente Michel Temer. Usam métodos totalitários, com cerceamento dos direitos mais básicos para obter, forçadamente, testemunhos que possam ser usados em peças de acusação
“Métodos totalitários” implicam “cerceamento dos direitos” “forçadamente”. Métodos totalitários diria tudo e mais um pouco sobre os métodos. Tais métodos, até Dilma e Gleisi sabem, cerceiam direitos (aquilo de “mais básicos” é de doer. Temer/Mariz graduam direitos que podem ser atingidos por métodos totalitários? Ou é a velha camisinha na língua do presidente?). Essa violência toda não se faz forçadamente? Mas não pensem que Temer/Mariz são tolos.
Fossem tolos não seriam Temer/Mariz. O bolodório redundante é um agrado aos colaboradores de Temer sob prisão temporária, para que não abram o bico, delação, essas coisas fascistas. Porém, logo saberemos que a investigação de Temer, que atende pelo nome ‘Rodrimar’, surgiu por causa de outro amigo, que podemos chamar aqui de ‘Rodripar’. ‘Par’ de Paraná e ‘Rodri’ – as sílabas iniciais de muitos nomes, Rodrigues, Rodrimar, Rodrigo, Rodriguinho.