Me too, moi aussi

HOLLYWOOD está na masturbação cinematográfica. Vai decidir se dá o Oscar ao Monstro da Lagoa Negra, imitação do antigo, de 1954  e do  amigo do Hellboy ou dá ao último ator do Zorro, agora convertido em papa-anjo gay (tinha que ser, a única vez que o Zorro, tanto o dos dois revólveres quanto o Zorro do florete pegou a mocinha foi no filme com Antonio Banderas e Catherine Zeta-Jones). Masturbação também do assédio pra cá, assédio pra lá. Como diria Lula, briga do pinto duro com o grelo mole.

Cláudio Lacerda que me perdoe, mas cinema é o francês, como o Madame e Monsieur Adelman, escrito, dirigido e atuado pelo casal de atores, o primeiro filme dos dois. Passou ontem no Telecine Cult do Netflix. Para não dizer que não foi perfeito, tem o problema de obra inaugural, um pouco de concisão valorizaria a narrativa. E replica o cacoete do cinema francês atual, do excesso de músicas americanas na trilha sonora, quando existem maravilhosas no cancioneiro francês.

Os franceses fazem cinema como Descartes fazia filosofia, Voltaire, crítica social e Vitor Hugo, poesia: com simplicidade, clareza e refinamento. A gente brasileira ia bem na francofilia, desde o Império até 1964 quando os militares acharam que o humanismo francês gerava esquerdismo e o pragmatismo americano traria eficiência. Daí tiraram a cultura francesa e deram força ao inglês no currículo. Perdemos a cultura, não ganhamos a eficiência e ficamos menores.

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