Álvaro Dias, nosso senador vitalício, carrega um simbionte na barriga. Se você assistiu a série Star Trek, Deep Station Nine, sabe que simbionte é uma lombriga imensa, consciente, que sai de seu caldo de cultura para ser introduzida em hospedeiro humanóide. O simbionte muda para outro corpo quando o hospedeiro morre.

Que vantagem leva o hospedeiro no carregar o simbionte? Duas: uma, a vida se estende por até duzentos anos; outra, o simbionte carrega na mente do hospedeiro experiências e lembranças dos hospedeiros anteriores. Mas uma coisa é o simbionte, outra coisa o hospedeiro, um não se mete na vida do outro.

O simbionte funciona como arquivo de memórias para ser usado pelo hospedeiro. Em duas semanas vimos o simbionte e Álvaro em ação. Na entrevista por e-mail para a Folha de São Paulo foi  o simbionte. Na entrevista ao vivo para a Rede Bandeirantes Álvaro deixou o simbionte enroscado nas tripas senatoriais.

Quando fala o simbionte, Álvaro soa um doutor da USP. Na vez do hospedeiro, é Álvaro na lídima essência: diz que seu candidato a vice não está enrolado na Lava Jato, sim a empresa dele, da qual não mais participa. Não informou se ao tempo do rolo o vice dirigia a empresa. Nem se tem o controle acionário da empresa, sendo, portanto, beneficiário do rolo.