Wellington Moreira Franco, o auxiliar e aliado mais próximo de Michel Temer, tomou posse como ministro das Minas e Energia há uma semana. Nesse período a Eletrobras, estatal vinculada ao MME, perdeu R$ 4,9 bilhões em valor de mercado. Como a União é o maior acionista, com 63% das ações ordinárias, ela teve o maior prejuízo.
A presença de Moreira Franco no comando do ministério afetou a chamada percepção do mercado, que contava com a privatização da Eletrobras, que vinha sendo encaminhada pelo ministro anterior e trazendo expectativa aos investidores. Dá vontade de substituir o eleitor pelo investidor, o voto pelo mercado. A racionalidade do mercado não raro é maior.
Moreira Franco é da linha estatizante, própria do MDB, não tanto por fidelidade ao patrimônio público quanto pela fidelidade ao uso aparelhamento das estatais, essa doença incurável da política brasileira. A Eletrobras exige forte injeção de dinheiro público para continuar operando com o mínimo de eficiência.
O dinheiro terá que sair de impostos velhos, o que representa redução da presença do Estado em áreas nas quais os recursos estão alocados, ou de impostos novos, a serem criados. Com imposto velho ou imposto novo, os penduricalhos nas contas de luz continuarão para tapar buracos no orçamento da empresa.