Não pegou bem para o ministro Marco Aurélio ter interrompido a sessão do STF que julgava Lula. Ele exibiu passagem de avião para o Rio. Tinha compromisso na Academia Brasileira de Direito do Trabalho. As redes sociais caíram em cima, cravejando-o de críticas. O ministro se defende, “sou um cumpridor de compromissos”, no caso o com a Academia.
Questão de alta metafísica essa do ‘compromisso’. O ministro não tem um compromisso permanente com a nação integrando o mais alto tribunal da nação? Diante desse múnus cedem todos os compromissos. Marco Aurélio se defende: o STF tinha quórum para funcionar sem ele. Vai além e diz que a cobrança que sofre pode induzi-lo a agir com hipocrisia.
É verdade, mas com quórum não qualificado pela presença de todos os ministros fica aquele ressaibo de que a corte não expressou a vontade dominante na casa. Lembremo-nos que a crítica de Gilmar Mendes a Luís Roberto Barroso foi exatamente isso de uma questão relevante ser decidida por três ministros em turma isolada.