Simi a côque

CARO, cê lembra o Böehl, do GAP? Não há de ver que cruzei com ele na Disney, quarenta anos depois do ginásio. Continua jeitoso, metidão a gostoso. Agora virou poliglota. Naquele calor infernal, os netos correndo e puxando a gente pra lá e pra cá, entregamos os pentelhos para as mães e fomos matar a sede. No velho ‘xá comigo’, Böehl encarou o imigrante ilegal do boteco e mandou um “simi a côque”. 

A ficha demorou, mas caiu: era o velho ‘me vê uma Coca’. O imigrante ilegal fez cara de quem cruzou com o presidente Trump no muro da fronteira. Como só falo pontagrossês me fiz de ilegal, escondido e calado. Nessa hora apareceu Lola, a pentelha mais velha, que irrita em duas línguas: ” a coke, please”. Um tico e me borrava de orgulho. A garota fala please, esse por favor que a gente não ensinou pros filhos. (Saverio Marrone)

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