Cristina Cifuentes, presidente da Região de Madri, Espanha, renunciou ao cargo após se descobrir que o mestrado que ostentava era falso e depois de uma gravação de câmara de segurança mostrou-a sendo apanhada com dois potes de creme dentro da bolsa. Não sei o que se passa na cabeça dos espanhóis, não dos políticos que fazem essas coisas que Cristina fez, mas do partido que os pune e da opinião pública que os reprova. Aqui no Brasil felizmente somos diferentes, muito diferentes.

Façamos analogia com uma presidente nossa, a que se inventou ‘presidenta’: ao se candidatar apresentou no currículo o título de mestrado; que não tinha, mal havia completado os créditos. Analogia com os outros políticos: corrupto pode levar todos os seus recursos até a enésima instância, que, como Paulo Maluf, levou mais de trinta anos. Políticos, se forem presos, devem ser tratados com doçura e pão-de-ló. Presidente brasileiro, então, é que nem a rainha da Inglaterra.

Explico, a rainha can do no wrong, não faz nada errado, por isso não pode ser punida ou responsabilizada. Os ingleses explicam que isso acontece porque a rainha não manda, não governa, só reina. Mais, se a rainha fizer qualquer coisa que fira seu conceito entre o povo ela deve abdicar, como fez o rei Eduardo VIII, tio da atual rainha, quando quis casar com uma americana divorciada. No Brasil o presidente pode fazer tudo errado. Em inglês seria: o presidente can do everything wrong.

Nosso presidente pode fazer e acontecer. Manda, desmanda, reina e governa e não pode ser punido. Nem todos, só o mais igual deles, que no momento nem é presidente mas é tratado melhor ainda que quando era. A constituição é igual para todos os presidentes, menos para esse ex-presidente. Que apronta, corrompe, é corrompido, erra e desgoverna. A razão? Simples, ele não é uma pessoa, é uma ideia. E certas ideias são sagradas. Como as de Jesus Cristo, colega de nosso presidente.