MICHEL TEMER depõe, por escrito, à PF no inquérito contra o ex-deputado Rocha Loures. Lava as mãos e diz que não autorizou o então assessor a receber os R$ 500 mil da Friboi, com os quais foi flagrado pela PF. Até hoje não vi um político admitir que autorizou funcionário a cobrar ou receber propina.
O funcionário ou assessor que empalma a propina raramento o faz em nome e proveito próprios, pois a relação com o chefe é o fator que determina a entrega do dinheiro. Ou, como é frequente, o faz em benefício do chefe assumindo o risco de ser preso, como na era peto-peemedebista do presidencialismo de coalizão, da administração-pelo-achaque.
É do pacto não escrito entre político e assessor que este jamais entregará o chefe, beneficiário de sua ação. Por isso e para isso sobra-lhe um naco do butim. Fique claro que o presidente Michel Temer entra neste post como Pilatos no Credo: ele e o cônsul romano só estavam nos lugares certos na hora errada.