Sabatinado pela Folha de S. Paulo, Álvaro Dias informa que como presidente “tentará” acabar com a reeleição. As opiniões do senador são como no bolero, “mais inconstantes que as procelas do mar”. Quando ele fala temos que separar o significante do significado. Como aqui: “tentará” é o significante, nada mais que o grupo de sons agrupado para formar uma palavra; não é o significado, a ideia e a intenção de pôr fim à reeleição.
O “tentará” não tem significado, porque eleito, na hora Álvaro esquece; se alguém lembrar, dirá que as circunstâncias são outras; se as circunstâncias permanecem, Álvaro dirá que o assunto é com o Congresso, emenda constitucional, e blá, blá,blá. Resumindo a ópera: “tentará” é o solo sempre entoado pelo barítono pé-vermelho, seu princípio de vida de Álvaro. Ele está sempre na tentativa, o político tentativo que um dia foi tentador.