Um dia a casa cai

Um promotor de São Paulo mandou ver nas redes sociais: chamou os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello de canalhas e membros da bandidagem togada. Exagerou, pesou na dose, na escolha dos adjetivos. Mas chega a hora que mesmo os contidos profissionais da justiça perdem a linha com o protagonismo exibicionista dos ministros que com suas atitudes transitam no limiar da imparcialidade, o dever maior dos magistrados.

Não se espera dos ministros, quaisquer ministros, incluídos os supremos que falam pouco e nem assim se contêm no opinionismo extra-autos, que ouçam qualquer uma das “vozes da rua”, pró e contra Lula e seus petistas amestrados, porque entre os anti Lula tem gente muito mais amestrada e muito pior – e que serão poupados no futuro pela jurisprudência que se constrói em favor de Lula. O que se espera de um magistrado, desde os juizados especiais até o Supremo, é sobriedade e um mínimo de recato.

Pelo menos para efeitos exteriores, recato, sobriedade – além da gravitas, como exigem nos EUA de seus homens públicos –  contribuem para o respeito com a Justiça e valorizam a função jurisdicional, pilar fundamental do Estado.

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