Os políticos adoram Baal

Lula quer devolver o relógio que, para o TCU, é patrimônio público, pois foi presente recebido quando na presidência. Esperto, cria fato político diante do outro fato criado pelo TCU: se Bolsonaro também recebeu relógio de presente e há movimento para que seja devolvido, então aquele que Lula sobraça no punho também deve ser devolvido. Como, na lição do Barão de Itararé, ou se restaura a moralidade ou nos locupletamos todos, o TCU tende a locupletar Bolsonado, legitimando-lhe a apropriação e venda do relógio ganho dos sauditas. Há atenuantes, que seriam considerados se o TCU fosse um tribunal, não essa ficção engendrada por Ruy Barbosa, que tem nome, veste-se como, ganha tanto, funciona como e brinca de areópago (ainda Rui Barbosa).

Em suma, um tribunal de contos, não de contas. Pobreza, pequenês de espírito. Presidentes que adoram badulaques de ouro, como Baal, o bezerro que Moisés destruiu ao descer do Monte Sinai, queimando a imagem blásfema, mandando a tribo de Levi matar os adoradores. Jeová, de quebra, obrigou os israelitas a 40 anos no deserto, comendo pão ázimo e a beber água de chuva para purgar o primeiro mandamento contra Jeová nas tábuas da lei que Moisés trazia frescas do Monte Sinai. Pobreza do Brasil e dos brasileiros, para quem o grande problema nacional é o político guloso, o da boquinha, que baba com ouro. A presidência não é glória suficiente para quem chega a ela para arrancar e esconder o ouro. Como os santos do pau oco do ouro contrabandeados das Minas Gerais.

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