Durov e viagrov

Pavel Durov, o russo fundador e dirigente do Telegram, conta que tem cem filhos biológicos espalhados por doze países. Não é o maior fornecedor, nem vence um lavrador brasileiro em calos na mão – com a diferença de que o lavrador puxa a enxada com as duas mãos. Agora, com tanta produção de filhos, um cara rápido desses tinha que ser o inventor do Telegram. Porque o pessoal do Facebook faz muita cera para extrair a matéria prima.

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Siameses

Lula tem a mesma avaliação de Bolsonaro em iguais períodos de governo. Discordo. Eles se só se equiparam em dois ítens: na imbroxabilidade e na mentira, o que dá no mesmo.

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Cede, pero no mucho

Nicolás Maduro entrou com recurso na corte eleitoral para investigar a eleição presidencial. Caso curioso, o vencedor pedir para conferir sua vitória; coisa bolivariana, por supuesto. A pressão internacional, com quatro países da América Latina ainda relutantes em aceitar o resultado oficial, mais uma guerra civil em potência, podem ter pesado na ação de Maduro. Como ele controla tudo, desde militares até juízes, o resultado pode ser sua vitória, mais uma vez. Será como as licitações no Brasil, em que antes da proclamação final, os vitoriosos têm suas iniciais divulgadas em inocentes anúncios de jornal.

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Pode ser OVNI

Deu em nada a busca de avião caído no nosso lado da Serra do Mar. Não há notícia de partida de avião que tenha decolado, muito menos registro em controles aéreos. A menos que tenha sido contrabandista sem biruta, o estrondo e o fumacê podem ser caso de disco voador. Você pode não acreditar em OVNIs, mas eles existem. Os marcianos devem aparecer por aqui para procurar essências aromáticas. Porque não têm o menor interesse em nós terráqueos.

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O outro, inocente

Ratinho Júnior pranteia o deputado Luiz Carlos Martins: “foi o nosso Roberto Carlos do rádio”. Releve-se a comparação do governador, jovem da geração Z, adepto da cantoria sertaneja, que do Rei nada tem. Luiz Carlos Martins, pela voz e mensagens melosas, própria de sua geração musical, estava mais para Anísio Silva, que também mandava beijos, inclusive aos corações, como Luiz Carlos.

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Mentira

Rosângela Moro, deputada por São Paulo e candidata a vice de Ney Leprevost, proclama ser o único representante da “República de Curitiba” na eleição municipal. Correção: não é representante da República, é representante do marido. Aliás, não é nada, pois a república foi mero fruto da megalomania adolescente e da ambição cega. A megalomania dos parceiros adolescentes de seu marido e da ambição cega deste, de quem, ao fim e ao cabo, a deputada é candidata.

A candidata comete falso, pois nunca foi procuradora ou juíza na “República”, sim arauto do marido e associados, incluso Jair Bolsonaro. Começa mal, arrostando atributos que não teve e ações que não exerceu. Continua pior pela mentira ao assumir discurso do cabeça da chapa, eventual recipiente dos votos. Com a vice que projeta a sombra da soberba sobre ele, Ney Leprevost arrisca-se a debutar na derrota.

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O sapo está sem barba

O PT vestiu a fatiota fascistóide: declara que foi limpa e legítima a eleição de Nicolás Maduro. Limpa como a venda do tríplex e a pintura dos pedalinhos do sítio; legítima como o sucesso da Gamecorp. Com o aliado maduro, o PT começa a apodrecer.

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Faltou um Moraes

A esquerda brasileira festeja a reeleição de Nicolás Maduro. Aliás, fica estranho falar em reeleição quanto as anteriores todas foram fraudadas. Não é a eleição de Maduro que agita nossos esquerdistas. É sim a suposta derrota dos EUA, que para eles é essencial desde que Hugo Chávez assumiu o poder. Se naquela época já existia essa deformação de combater os EUA para defender Cuba pelo bloqueio econômico americano, hoje isso não mais se sustenta, pois Cuba não passa de velharia da Guerra Fria no depósito gringo. A esquerda vive no jargão e na visão dos anos 1950, do polvo americano, ainda perigoso, é claro, pelo rescaldo da Guerra Fria reaberta pela associação de satélites da Rússia com a OTAN. Mas não para a Venezuela e quejandos.

Venezuela, Brasil, todas as republiquetas em volta não fedem nem cheiram, nem como cordão sanitário da Doutrina de Monroe. Como o MST, que celebra a continuação da ditadura de Maduro – que desalojou milhões de Venezuelanos, boa parte deles valorosos trabalhadores no Brasil. Lula emitiu um sinal fraco, como sempre vago, titubeante no aguardo de explicação a ser ensaiada com o ex-chanceler Celso Amorim, enviado pela segunda vez à Venezuela para mais um carão de Nicolás Maduro. O ridículo e a cegueira da esquerda, diga-se em favor da inteligência, não perdem para o contraponto do bolsonarismo, que celebra a derrota de Lula – que vive naquele princípio que Chico Buarque elogiava em Dilma, de falar grosso com os EUA e fino com a Bolívia.

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Nas nuvens

Duas nuvens, uma com formato de cruz apareceu em Fazenda Rio Grande, outra, com formato de Virgem Maria em Pitanga. Sem dúvida que o Paraná foi abençoado com as imagens divinas de Ratinho, Greca, Bolsonaro e Moro, nuvens de açúcar de pipoqueiro; mas devagar no misticismo, pois tem nuvem com cara de disco voador e não se vê prefeito oportunista tirando foto com a assombração. Se a nuvem leva jeito místico, o milagre tem dono: Elon Musk, do X, a disputar espaço com Bill Gates, da Microsoft, que ganha dinheiro para armazenar bobagens na nuvem de silício.

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Epocler

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Bem que tentei prestigiar o Festival do Torresmo, a iguaria refinada e classuda que distingue a culinária curitibana. Não consegui. Faltou o drinque: epocler e figatil on the rocks para encarar a gororoba.

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Oficial e tal

Nicolás Maduro declara que respeitará o “resultado oficial” da eleição na Venezuela. O perigo mora nesse oficial do candidato que está no poder há onze anos, cuja foto aparece na cédula de votação treze vezes contra as quatro de seu opositor (casuísmo maroto, pois o número de fotos corresponde ao número de partidos que apoiam o candidato). Nas ditaduras o oficial diz mais sobre o militar que garante o poder que sobre o governo que a respeita.

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Leprevost aliterado

O governador oferece o mundo e seu raimundo para Ney Leprevost desistir da candidatura em favor do candidato dele governador. Ratinho Júnior faz com Ney como o diabo quando este levou Cristo até o alto da montanha para seduzi-lo com riquezas e maravilhas infindáveis. Faço analogia, pois as diferenças entre os personagens-em-dupla encheriam o velho testamento. Ney até hoje resiste, seja pela oferta pequena, seja pela gula demasiada.

No momento, e com as cautelas de estilo, considerado o comportamento de cavalo paraguaio que sempre caracterizou Ney Leprevost nas disputas pela prefeitura, pode-se especular que o candidato mudou nesta eleição: o incomparável de sempre tornou-se o incomprável de agora. Quando nada, o que sempre pode ser o mais uma vez habitual, é o fenômeno da aliteração, a movimentação de letras que altera a palavra.

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Ela dorme com ele

Eleito presidente, Bill Clinton inovou dando espaço à ambição e protagonismo viscerais da mulher, Hillary: confiou a ela a revisão das políticas de Saúde pública. Gerou ruídos, críticas e abriu o flanco do qual os políticos inteligentes escapam: ficar vulnerável com o parente envolvido em decisões políticas. Com a grita, Hillary não esquentou a cadeira; deixou a tarefa e recolheu-se ao papel protocolar de primeira dama, fazendo longo percurso para eleger-se senadora por Nova Iorque, em seguida assumir como secretária de Estado de Obama, credenciais que lhe serviram para disputar a presidência com Donald Trump.

Lula não lê, não tem visão reflexiva e prospectiva; líder sindical de origem, vive em função dos próximos data base e dissídio coletivo. Como Clinton, cedeu à ambição da mulher e deu-lhe protagonismo, que já causa ruídos por invadir áreas de competência de ministros e altos funcionários; até mexeu no espaço palaciano ao reduzir o espaço físico do gabinete do assessor/ex-ministro Celso Amorim (hoje na Venezuela a implorar a Nicolás Maduro que não frustre o papel de Lula como líder terceiro mundista). Como o primeiro casal não cansa de imitar o anterior, Janja logo faz como a conja Moro e lança o blog “Eu durmo com ele”.

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Faz que pra ti bom

Décadas vividas na dúvida e na incerteza, a velha frase da tia idosa traz conforto … e solução. Nascida e criada na Europa do Leste, devota do bundismo, socialismo dos judeus orientais do qual resultou o sionismo, ela chegou ao Brasil adulta e nunca dominou o português. Mas diante de qualquer problema, seu ou alheio, saia com o conselho de pé quebrado: “faz que pra ti bom”. Hoje sei que não há melhor conselho, auto ajuda se quiserem.

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Non ducor duco

Enquanto os sujeitos são ocultos pelo Tribunal de Justiça com a cumplicidade da imprensa do Paraná, a revista Veja de São Paulo revela sujeitos, objetos diretos e indiretos, advérbios e complementos. Nada mais urgente que voltarmos à quinta comarca de São Paulo. Na Paulicéia, até quando desembargadores são investigados, a imprensa narra a oração com todos seus termos. Deve ser porque seus jornalões, com mais de cem anos de circulação e influência contínuos, competem na conquista de leitores.

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