Idoso, idosíssimo

Cabeças brancas, os dois disputam a cadeira preferencial. “Sou idoso”, diz um; “sou mais idoso”, rebate o outro. Fácil resolver, conferir as carteiras de identidade. Na parte do Brasil bem provida de proteína tem esse lance de pouco idoso e muito idoso. Um vai dos 60 aos 85 e outro daqui pra frente.

Pior é a Justiça. As causas dos idosos não andam, represadas na inflação de velhos e na inércia orgânica do foro. Os carimbos vermelhos ‘idoso’ e ‘idosíssimo’, pouco idoso e muito idoso, não turbinam a prestação jurisdicional. A Justiça ainda vive a nostalgia dos inventários, dos idosos bem enterrados.

Compartilhar:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *